quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Dança Espiral e o Deus Aleijado


Autora: Doreen Valiente
Livro: Enciclopédia da Bruxaria

Um terceiro tipo de dança das Bruxas é uma espiral, que é dançada entrando e saindo do círculo. Isso simboliza a entrada nos mistérios do Outro Mundo. Ela é às vezs chamada de “Cidade de Tróia”, em homenagem ao antigo padrão dos labirintos, que supostamente eram criados para lembrar os muros de Tróia. A Inglaterra tem um grande número de labirintos de sebes e cercas-vivas espalhados pelo interior do país, sendo que a maioria deles é de data desconhecida, mas que certamente é muito antiga. Os labirintos estão relacionados com os antigos Mistérios Britânicos. A morada dos heróis mortos e do Caldeirão da Inspiração foi chamada de Castelo Espiral, pelos antigos bardos.

Autor: Raven Grimassi
Livro: Enciclopédia de Wicca e Bruxaria

A Dança Espiral é uma dança cerimonial na qual um número de pessoas se junta, formando uma espiral viva que se contrai e se expande. Tradicionalmente, uma mulher e um homem, que representam a Deusa e o Deus Aleijado, conduzem a dança. 
O homem arrasta sem firmeza um dos pés como se ele personificasse o seu personagem. O Deus Aleijado é uma figura curiosa conectada com os antigos Deuses do martelo e com as figuras míticas dos ferreiros.
Conforme a dança começa, os movimentos dos dançarinos são conduzidos widdershins, em espiral interna, símbolo da jornada de uma alma em direção ao Mundo Inferior, onde o aspecto sombrio da Grande Deusa está à espera. Uma vez encontrada, a Deusa é vista em seu aspect iluminado, no qual ela renova a vida. Os dançarinos são, em seguida, conduzidos para fora em uma espiral deosil. A Espiral externa representa o retorno da vida, vinda da espiral do Mundo Inferior. Aqui, a espiral é o símbolo da reencarnação.
Na Tradição Céltica, a Dança espiral é associada à Deusa Arianrhod.

Deus Aleijado: é um conceito muito antigo datando da remota era dos caçadores-coletores. Em épocas antigas, um caçador tinha que chegar muito perto do animal a fim de matá-lo com suas armas primitivas, como uma clava ou uma lança. O caçador mais bravo era altamente estimado pela tribo. Isso permitia a eles um grau de elevação, mesmo dentro das antigas sociedades matrifocais que dominavam a religião tribal e a posição social.De vez em quando, essa pessoa recebia um ferimento permanente, normalmente em uma perna ou no quadril, devido a ser espetado pelos chifres de um animal. Não sendo mais capaz de caçar, ele permanecia no vilarejo com as mulheres. Ele era recolhido pelas mulheres xamãs e era ensinado em alguns de seus mistérios. Ele também participava em alguns rituais do clã, servindo como modelo para um Alto Sacerdote da Velha Religião. Seu principal símbolo era o cajado que o auxiliava em sua mobilidade.O próprio cajado era um antigo símbolo da Árvore Sagrada. Nessa época, a conexão elevava o caçador aleijado ao sacerdócio, [o Deus ficava dentro do galho do cajado, como um fogo latente, e, portanto, aquele que portava o cajado agia como seu representante] onde ele também conservava o símbolo do animal de chifres que ele caçou outrora. Livre de suas obrigações de caçar, o homem aleijado passava a maior parte de seu tempo estudando as poções herbais e as técnicas mágicas das xamanesas. Nessa época, ele combinava-os com os mistérios únicos de sua própria natureza [Mistérios Masculinos], juntamente com o seu conhecimento do reino animal [Animal de Poder] e se tornava um feiticeiro por seus próprios méritos. 

O mito do Deus Aleijado foi preservado na Mitologia Grega, onde encontramos o Deus Hefestos lançado do Monte Olimpo por Zeus. Hefestos sofreu uma quebra na perna que nunca curou completamente e ficou conhecido como o Deus Aleijado. Hefestos, naturalmente, era Deus do fogo e da forja, símbolos do ferreiro. A figura do Deus Aleijado também aparece na Europa setentrional, no conto do ferreiro Wayaland.


(Autoria de Nádia Bertolazzi)

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